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Foi-se o tempo em que um cantor sentava com um músico, ou mesmo pegava um instrumento e criava uma canção que mais tarde viria ser um sucesso. Infelizmente essa atitude ficou para trás, apesar de existir uma cultura em artistas desta geração que mentem descaradamente que compõe músicas e suas legiões de fãs acreditam fielmente ao ponto de brigar nas redes sociais.

Neste momento o seu coração deve estar palpitando para expor seu ódio em defesa de sua estrela pop. Isso por que provavelmente, ela já foi desmascarada em algum momento por conta de plágio ou mesmo por apropriação alheia, que é pior ainda, porque dizem que suas músicas são inéditas quando na verdade, existem versões tão antigas e desconhecidas que só um expert ou um velhinho para descobrir a verdade. Como velhinhos não estão nem aí pra brigar por méritos e desméritos de quem é dono de quê, cabe aos novinhos do pop essa missão de se tornarem expert em encontrar as versões originais de músicas pop e desmascarar artistas grandes.

Mas como a música pop é feita hoje em dia? Calme só um instante... Já falaremos da fórmula nada secreta de como se faz uma música de sucesso e como são feitos os hits nos dias de hoje, mas primeiro, é bom que você conheça a história da música pop antes de sair jogando pedra nos tetos de vidros alheios quando o seu nem sequer tem uma proteção.


Quando se fala em música hoje em dia temos que entender que tudo envolve dinheiro! No caso da indústria do pop, falamos de muito, muito, muito dinheiro. Artistas bem consagrados podem até buscar suas realizações pessoais ou profissionais, mas os empresários por trás disto tudo, que geralmente não são artistas, estão pouco se lixando para esta arte secular que é a música.

A música existe desde que se tem conhecimento do próprio conhecimento. A música cantada surgiu separadamente da música tocada. Foi há tanto tempo que nem se consegue afirmar quem veio primeiro. Músicas seculares traziam sons de instrumentos de sopro e cordas, mais tarde entraram os sons de batuques e repercussões. Um belo dia aí é que resolveram combinar ambos tipos de músicas. Até aí, o homem tinha a música como momento de diversão, descontração, entretenimento, lazer, religião etc. Nada envolvido com dinheiro. 

Os ritmos musicais vieram aparecer entre esses dois momentos importantes na história da música. Até onde se sabe, os ritmos estavam ligados à cultura. Como podemos perceber nas diferenças que há em antigas músicas africanas e japonesas, por exemplo. 

Os momentos de diversão se tornaram tão populares (daí o termo pop) que sempre quando se realizavam festas haviam o momento da música. Foi aí que a música entrou para o catálogo de produtos a serem consumidos pelo público geral. Os anos 20, por exemplo, ficou conhecido como os anos loucos, por que as pessoas adoravam música e dança combinadas a muita bebida alcoólica. Naquela época foi marcada por mudança de valores e padrões na sociedade que na verdade, até hoje continuam como lutas sociais, tanto para a mulher, como para o negro ou gay. O charleston era o ritmo que dominava naquela década. Uma dança meio aleatória que era levada pelo ritmo frenético das músicas atrelada a emoção nas pessoas. Não existia uma coreografia. O Mickey Mouse foi criado no fim desta década. Ele dançou um pouco de charleston.


Se a música já ganhara mensagem para entreter e divertir, na era das guerras mundiais, ela passou a manter uma mensagem mais forte ainda, muitas vezes servindo de indiretas ou sobrevivendo por meio de indiretas por conta das represálias. O mundo veio voltar a cantar e dançar mais calmo bem depois das guerras mundias. Momento que artistas sentiram que podiam viver em paz e que poderia existir a livre expressão artística em todos os âmbitos. Elvis Presley foi um dos responsáveis por empoderar novos nomes na música a mostrarem seu lado revolucionários ao som do rock, que virou uma febre na era do jazz.


O pop veio se tornar sólido por volta dos anos 60, mas ainda assim o ritmo rock tinha forte influência no mundo da música. The Beatles e The Rolling Stones entre outros grupos da era Big Band como Jackson's 5 (de onde surgiu Michael Jackson) cativaram jovens ao redor do mundo e a indústria percebeu que este era o canal: os novinhos do pop!

Foi aqui que surgiu também a Music Televison, conhecida até hoje como MTV, um canal que era dedicado exclusivamente a música. Os primeiros clipes musicais foram produtos lançados pelo canal ao constatar que as apresentações musicais eram bastante solicitadas na TV. Eis que a indústria do pop ergueu-se diante do mundo. Especula-se que A Hard Day's Night da banda The Beatles tenha sido o primeiro clipe lançado na história da música. Antes disto, eram só apresentações em programas de TV. 


Os artistas mais pop dos anos 60 eram os Jackson's 5, The Beatles, The Rolling Stones, Bob Dylan, Carole King, Janis Jopplin, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Pink Floyd, The Mamas And The Papas, The Doors e David Bowie. No Brasil, os artistas pop eram Os Mutantes, Caetano Veloso, Maysa...

O pop dos anos 70 deu continuidade no rock fortalecendo os nomes já mencionados anteriormente e cresceram nomes fortes os da banda Queen, KISS, Aerosmith, Ramones, AC/DC, Black Sabbath e trouxe a era da disco com Diana Ross, Bee Gees, ABBA, Cher, Village People, entre outros. No Brasil, foi a era das Frenéticas.


Nesta época, o famoso jazz estava em baixa, mas tinha forte influência, assim como o soul. Aretha Franklin, por exemplo veio dos anos 60 e se tornou rainha do sou nos anos 70 e foi inspiração para o surgimento da era gold das divas. Nessa época era um pecado dizer que cantora pop era diva. Ambas as coisas andavam separadamente.

Os anos 80 foi marcado pelos reinados do Michael Jackson e da Madonna com um dance pop. Indiscutivelmente, essa foi a década que molda o pop ao que vemos hoje em dia. Tiveram grandes nomes no pop dos anos 80, sim, tiveram! Mas não podemos deixar de frisar que a Bíblia do pop foi escrita por estes dois nomes e assim será por gerações e gerações, por que a partir daqui nada mais se cria, tudo se copia. Madonna por exemplo, começou cantando músicas de outros artistas como falamos noutro post. Mariah Carey também gravou canções de outros artistas. Era algo muito comum e legal nesta época.


Com o mega sucesso do Michael Jackson e da Madonna revolucionando o mundo da música, com mega turnês mundiais, clipes musicais e centenas de produtos ao redor do mundo, movendo milhões, muitos empresários investiram pesado neste negócio mais do que rentável. Foi aí que os anos 90 vieram com um boom de novos artistas em um estilo novo do dance pop. Agora com uma pegada street mais moderna.

Os estilos do Michael Jackson e da Madonna no início de suas carreiras era bem street do gueto, mas nos anos 90, os novos artistas trouxeram um tom mais moderno e isso foi revolucionário. Estamos falando de arte? Não! Estamos falando de marketing e dinheiro!

O som do pop nos anos 90 veio mais moderninho e aqui voltou o movimento dos anos 60 com as Big Bands com grupos pop como Backstreet Boys, Spice Girls, N'Sync, Destiny's Child... Foi nesta época também que houve uma massificação de novos nomes que surgiam na indústria como se saíssem de uma máquina com moldes pré-prontos. Eis que vieram mais grupos pop como Westlife, Five, Hansons, TLC e jovens cantoras com danças pseudo-sensuais como Britney Spears e Christina Aguilera, como vimos em outro post. Jennifer Lopez, Shakira, P!nk e outros nomes grandes surgiram aqui. Cada um com seu perfil bem definido e destinado a um público bem exigente que passou a consumir música pop com todo gás. E a indústria não parou por aí e ela funciona até os dias de hoje.


Michael Jackson e Madonna nos anos 80 formam o marco divisor de músicas que são considerados hinos de músicas famosas que são consideradas hits. Jailhouse Rock do Elvis Presley é um hino do rock. I Want To Hold Your Hand dos Beatles é outro hino. Thriller é um hino do pop, assim como Vogue da Madonna é outro hino do pop, abrindo na porta dos anos 90.

Agora sim, vamos aprender como são feitas as músicas pop hoje em dia e como elas se tornam hit facilmente na voz de qualquer cantor novo e faz com que você (que antes não conhecia essa história da música pop) acreditar que a música de sucesso de sua estrela é hino - sem ser...

1. Tudo começa quando a gravadora decide que um de seus artistas precisa de material novo. Sem compromisso, ela pede faixas a um produtor profissional, especializado nesse tipo de tarefa. Ele pode ser orientado a compor certo tipo de música ou criar livremente

2. Os produtores criam a base da música, com a batida e uma linha de baixo. Eles possuem seu próprio estúdio e trabalham por conta própria. Também não são solitários: as duplas são muito comuns, como os Neptunes (que já compuseram para Justin Timberlake) e o Xenomania

3. Dependendo da demanda, gravadoras chegam a organizar “acampamentos” com vários profissionais para gerar várias músicas de uma vez. Muitos produtores também são artistas, como a banda indie Miike Snow, responsável por compor o hit “Toxic”, de Britney Spears

4. Com a base pronta, entram em cena os top-liners, que criam melodia e letra. Eles podem ser procurados pelos próprios produtores ou pela gravadora – é comum que a empresa envie a base para dezenas deles. Intérpretes que compõem, como Adele, podem dispensar os top-liners e trabalhar diretamente com os produtores

5. O material gravado pelo top-liner é uma demo, uma música praticamente pronta. Como a gravadora só escolhe uma entre dezenas, os top-liners rejeitados podem oferecer suas faixas para outros artistas. “Halo”, de Beyoncé, e “Already Gone”, de Kelly Clarkson, foram feitas sobre a mesma base

6. É comum que a faixa passe por retoques de outros compositores – “Jenny from the Block”, de Jennifer Lopez, teve 11 autores. Como isso se repete com a maioria das músicas gravadas, o número de compositores creditados em um álbum varia muito – o disco Loud, de Rihanna, tem 37.

7. Como as maiores estrelas geralmente têm pouco tempo para trabalhar nas músicas, as versões finais das faixas são gravadas em diversos locais. “Talk That Talk”, de Rihanna, foi gravada em quatro lugares, incluindo dois quartos de hotel e o ônibus da turnê.

8. A autoria da música define quem lucra com direitos autorais e geralmente é dividida entre produtor e top-liner. Às vezes, o intérprete pode fazer mudanças e também entrar como autor. A grana vem de shows, uso em publicidade e cinema e execuções no rádio e na TV.

O site Mundo Estranho além de mostrar como é feita uma música pop ainda aponta duas curiosidades interessantes sobre este processo: 1) Quanto mais famosa uma música ficar, melhor para o produtor, que irá atrair a atenção de mais clientes e 2) O maior objetivo de um top-liner é emplacar uma música com um grande artista. Dessa forma, ele cresce no ramo. E ilustrando como é algo massivo e plástico as músicas pop hoje em dia, eles ilustram que á uma fórmula de sucesso na composição da música pop. Confira a seguir!


1) Intro - FISGANDO O OUVINTE

Em qualquer música pop, a parte mais importante são os ganchos, que podem ser um trecho memorável da letra, uma melodia pegajosa ou um riff instrumental. “O ideal é uma combinação dos três”, diz a compositora Hannah Robinson. Em “Crazy in Love”, de Beyoncé, os trompetes e o refrão pegajoso são os principais.Segundo a dupla de produtores Stargate, o primeiro gancho tem que vir em no máximo seis segundos.

2) Verso / Refrão –LUGARES-COMUNS

A estrutura clássica da música pop, moldada nos anos 50, tem uma “intro” e um “outro”, a abertura e o encerramento que diferem do resto da canção. O recheio é composto de duas sequências de verso e refrão e outro trecho diferenciado, a ponte, que cria suspense para o clímax da faixa no terceiro refrão.

Curiosidade: “Ponte” também é usado para descrever um pré-refrão depois dos versos. 

3) Rap – PARADA ESTRATÉGICA

Os raps (ou o dubstep ou qualquer outro ritmo alheio inserido repentinamente na música) no meio das músicas servem para que o rapper empreste sua fama ao artista novato, ou vice-versa. Muitos rappers são donos de gravadoras e gostam de ajudar seus contratados a bombar. Opcional, essa é uma adição recente à fórmula, após o estouro do hip-hop nos EUA nos anos 2000.

4) Ponte / Refrão – (NÃO) SEGURA A ONDA

A altura das ondas representa as frequências que a canção atinge. Físicos descobriram que, ao longo das décadas, a variação de altura diminuiu. Na prática, significa que a música pop está mais alta, para ficar mais atrativa, e que é mais difícil identificar os instrumentos. Essa tendência é conhecida como “guerra do volume”

Nem vamos falar de autotunes e outros métodos técnicos que hitmakers fazem para fixar suas músicas em nossas cabeças... Isso é uma coisa ruim? Claro que não! Nós amamos! <3 Mas é aqui que podemos concluir que nada se cria, tudo se copia. Mas não no sentido de realizar produtos idênticos, e sim de replicar o mesmo esquema de sucesso utilizado desde os anos 90.

Enquanto a indústria do pop não mudar este esquema, só mudarão os nomes e a roda continuará girando num looping eterno. De Madonna pra Britney Spears pra Selena Gomez pra Bebe Rexha... De The Beatles pra Backstreet Boys pra One Direction... Michael Jackson... Justin Timberlake... Justin Bieber... e por aí vai a mente dos empresários achando que estão replicando grandes feitos e novos fãs achando que os mesmos estão sendo superados. 

Continue lendo a história do pop em: Os Novinhos do POP

Ficamos entendidos assim?

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