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Guilherme Del Toro é incrível em seus filmes, principalmente quando é na área dele: com monstros e criaturas fabulosas, mas devo confessar que A Forma da Água vacila um tantinho e de cara há uma grande possibilidade de não ter merecido ganhar Melhor Filme de 2018 pelo Oscar. Continue lendo esta crítica e saiba o que não foi tão bom em A Forma da Água.

A Forma da Água mostra a história de uma mulher muda que trabalha como faxineira num laboratório do governo descobre que estão fazendo experimentos com uma misteriosa criatura aquática e através de visitas escondidas ela acaba criando um afeto pelo que parece ser um homem-peixe e esse sentimento se transforma em algo mais intenso.


Apesar de ser inspirado no conto do Monstro da Lagoa Negra, o filme A Forma da Água é quase um clássico romântico. Isso por que a história foca na relação amorosa entre uma pessoa comum e normal com um par fora da realidade e que aparentemente não seria possível um relacionamento visto que ambos pertence a mundos diferentes. É praticamente um clichê de filmes de príncipes se casando com mulheres pobres e transformando a vida delas em um mar de rosas.

Até o drama do filme e clímax são parecidos. Você fica curioso no início querendo ver como vai acontecer o amor entre os dois, se apaixona junto quando começa a acontecer o namorinho, fica tenso quando vem os problemas e riscos dessa relação e chora quando há uma catástrofe no fim do filme ou ri quando superam os desafios e vivem felizes para sempre. Muitas vezes acontece até de você viver ambos os sentimentos no mesmo filme. Em A Forma da Água é assim: você se emociona com o fim dramático, mas nos últimos segundos do filme, você sai com aquela sensação de felicidade por que tudo deu certo!


A fotografia do filme A Forma da Água é excelente, como a maioria de filmes do Guilherme Del Toro, com um clima frio em tons musgo e nesse caso, bem molhado. A comparar com o Labirinto do Fauno (2006) e Helboy (2004), especificamente.

Atuações em um filme que chega a concorrer Oscar é algo que não deve ser questionado, visto que entendemos que elas devem ser no mínimo impecáveis. Mas em algumas cenas, conseguimos perceber que a produção não foi cuidadosa e outras, o ator que interpretava o homem-peixe foi exagerada. Dava para perceber que era um ator tentando imitar uma criatura aquática, mas de forma tosca e em alguns momentos dava para sentir que era um homem fantasiado numa roupa de plástico. Já a protagonista Sally Hawkins, que interpreta a muda, deu um show! A atuação da moça comunicava tão bem que não precisa mesmo de falas. Já a Octavia Spencer mesmo não protagonizando, brilhava no filme cumprindo perfeitamente com o seu papel de amiga pau-pra-toda-obra.


A trilha sonora de A Forma da Água casa bem com a sutileza na forma com que o romance vai se desencadeando, nos perigos em momentos dramáticos e também nas horas contextuais como quando toca a música da Carmem Miranda, para ilustrar o momento feliz e apaixonado da personagem muda e nos provar que de fato aquele filme se passava nos anos 60.

O filme A Forma da Água é bom? Digamos que sim, mas não é uma coca-cola. Os clichês na história de amor entre a mulher muda e o homem-peixe cansam um pouco quem está acostumado a ver esse tipo de trama. E particularmente, a criatura tem feições tão originais que assusta um pouco e deixa um desconforto. Assim como ver a relação sexual entre ambos os personagens. Mas esse é um ponto de vista bem particular e pessoal que poucos terão.  

Por que A Forma da Água ganhou Oscar de Melhor Filme?

A cada ano que passa a Academia escolhe cada vez mais filmes fora do padrão de gosto popular. Seja para mostrar que seu gosto é mais aguçado, seja para promover produções e criadores que mereçam destaque na massa ou mesmo por ser "novidade" na história do cinema. No ano passado "Moonlight: Sob a luz do luar" trouxe uma trama que envolvia vários núcleos minoritários numa história que dava um tapa na cara da sociedade para uma realidade pouco vista por todos. "Spotlight: Segredos Revelados" em 2016 tinha uma crítica persistente e uma audácia precisa. E em 2015, "Birdman" veio com uma proposta diferenciada na forma que foi produzida e nas indiretas a Academia.

A Forma da Água ganhou o Oscar de Melhor Filme de 2018 por que sutilmente e de forma diferenciada contava o clássico romance de conto de fadas em uma fábula crível e também por que seus concorrentes tinham pontos fracos bem mais acentuados. "The Post" era clichê por cima de clichê. "Me Chame pelo seu Nome" era audacioso demais. "Corra!" era pequeno e sem pretensão de ganhar. "Dunkirk" era prepotente demais, além de ter ficado antigo e meio esquecido.

O que você achou do filme A Forma da Água? Comente aqui no blog!

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