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Que saudade do pop brasileiro dos anos 90 a 2000... Não que o pop atual esteja ruim ou não dando conta de oferecer música pop de qualidade. Mas o que parece é que atualmente os cantores brasileiros estão lutando mais por seu lugar no mercado do que propriamente vivendo a cultura pop. Muitos dirão que é culpa da Dilma e da crise, mas infelizmente admito que as coisas mudaram de uns tempos pra cá.

Hoje, o cantor brasileiro de música pop compete diretamente com qualquer outro tipo de cantor de outros ritmos, diferentemente de lá fora, que o show de rap são para os manos que curtem rap, e o show de rock, são pros caras do rock. cada um tem seu espaço. Aqui, o cantor de música pop perde público para o cantor de sertanejo universitário e pagode, por que não? Isso acontece pela semelhança que ambos artistas tem entre seus mix de produtos.

Se por causa da crise, ou não, é quase que suicídio um artista se jogar única e exclusivamente a um ritmo só. Ele precisa ser muito bom e original para conseguir ser top no que faz. Até o Wesley Safadão, que é o top do forró, ainda caminha em vertentes que permeiam o forró, colocando uma pitada de eletrônica, axé, sertanejo... Por que? Porque a indústria fonográfica precisa vender!


Mas voltando a minha saudade do pop brasileiro dos anos 90 a 2000 e tanto...

Naquele tempo a briga por público era diferente! (Não que eles não precisassem vender...) Cada artista trabalhava principalmente para conseguir ser grandes artistas, conquistar muitos seus fãs. Se firmar no mercado musical. Logo, não se produzia tantos artistas como hoje. Não tinha tantos DJs aplicando efeitos pré-elaborados e se chamando de produtor musical. Então, quem quisesse construir uma grande carreira, que quase sempre era inspirada nos grandes cantores americanos, tinha que se firmar num estilo e cativar o público certo.

Nos Estados Unidos, nessa época, estava acontecendo o boom de mega cantores como Madonna, Michael Jackson, Backstreet Boys, Britney Spears, Christina Aguilera e tantos outros que com sua músicas com batidas eletrônicas se tornaram pop(ulares) mundialmente e estimularam um modo de vida e cultura de ser pop.


No Brasil, Sandy & Júnior é um exemplo de cantores que tiveram uma mega carreira no pop brasileiro dos anos 90 a 2000 e tanto... Apesar de iniciarem como mascotes dos pais sertanejos, também cantando musiquinhas sertanejas, logo eles começaram a focar nesse público e galgaram um sucesso grandioso até mesmo com uma experiência internacional.


A lista de sucessos do Sandy & Júnior é enorme, principalmente por que foram quase 20 anos de carreira como dupla, ou seja, mointus álbuns lançados. Entre as principais estão a tal da "A resposta da Mariquinha" (gravada quando eram crianças), "Dig Dig Joy", "Não dá pra não pensar", "Era uma vez", "Love Never Fails", "Desperdiçou", "Enrosca" e tantas mais...

Sandy e Júnior tiveram a oportunidade de aproveitar o momento certo. Enquanto Britney experimentava o mel da fama, Sandy era comparada como a versão brasileira da popstar americana. Assim como comparavam a rivalidade de Britney Spears e Christina Aguilera com uma suposta rivalidade da Sandy com Wanessa Camargo.

Leia mais sobre rivalidades entre divas da música pop.

A filha do Zezé Di Camargo foi outra artista que se lançou no mundo pop brasileiro nos anos 2000 e tanto. Wanessa Camargo (que hoje é 'só Wanessa', assim como 'só Madonna' e como a Beyoncé Knowles é 'só Beyoncé') aproveitou o auge da música pop para conquistar o seu público e se tornar uma popstar brasileira e fez isso com muito mais garra e desejo do que a filha do Xororó.


Wanessa Camargo realizou o sonho superstar gravando CD, DVD, vários clipes, fazendo turnê igual a sua rainha Madonna, sua inspiração pop, que a ajudou a emplacar os hits "Eu quero ser o seu amor", "Apaixonada por você", "Tanta saudade", "Um dia... Meu primeiro amor", "Louca", e tantos outros.

Outra cantora de grande sucesso nessa época foi a Kelly Key, a melhor aposta da carreira do Latino. Isso por que a loira gravou vários clipes, estourou com hits e fez um nome tão grande que hoje não tem quem não tenha ouvido falar. Bem maior do que o do seu ex-marido porre.


Kelly Key veio num momento que a indústria começava a replicar artistas do mesmo naipe. Ao perceber que Sandy não queria mesmo ser como Britney Spears (megapop e oversexy), o título acabou caindo para Kelly, que topou usar e abusar da sensualidade e popularidade ao gravar hits como "Baba", "Cachorrinho", "Anjo" e "Barbie Girl"

Assim como nos anos 90 a 2000 e tanto era muito comum ver grupos musicais pop, no Brasil também existia essa tendência. Veja mais sobre cantores pop dos anos 90.

Existia no Brasil um trio feminino chamado SNZ, que era a sigla dos nomes das irmãs Sarah, Nana e Zabele, filhas da Baby do Brasil e do Pepeu Gomes, cantores populares da década anterior. As meninas do SNZ também fizeram bonito no cenário pop brasileiro.


Os principais sucessos do SNZ era "Retrato imaginário", "Nada vai tirar você de mim" e sua versão inglês "Nothing Gonna Change My Love for You" e a linda "Se eu pudesse".

Existia também um grupo que foi uma febre nacional durante muito tempo, chamado KLB, sigla dos nomes dos irmãos Kiko, Leandro e Bruno, uma boyband pop que emplacou grandes hits durante anos.


Os principais sucessos do KLB foram "A dor desse amor", "Minha timidez", "A cada dez palavras", a versão de "Olhar 43", da banda RPM e "Nunca deixe de sonhar", em participação com o grupo Rouge, as maiores popstars brasileiras de todos os tempos.

O Rouge foi uma girlband que foi criada exatamente para estourar no cenário pop brasileiro. O país acompanhou toda a trajetória das cinco vencedoras do programa Popstars do SBT e acabou ganhando o gosto do público e conquistando fãs até hoje.


O maior sucesso do Rouge foi "Ragatanga", a música do 'aserehe' que muitos haters dizia ser uma invocação do capiroto, mas na verdade quem estavam invocados eram eles de não curtir uma das canções mais pop do Brasil, de todos os tempos.

Assim como popstars americanas, o Rouge estrelou em clipes, lançou vários álbuns, hits, produtos exclusivos, fez turnê e galgou no auge do pop brasileiro, que foi pouco tempo antes do declínio drástico deste mercado.

Além do 'aserehe ha de hebe...", o Rouge lançou sucessos como "Não dá pra resistir", "Beijo Molhado", "Brilha La Luna", "Vem cair na zueira", "Blá, blá, blá", "Vem Habib" e a famosérrima, "Um anjo veio me falar".

Assim como o Rouge, e seguido dele, aproveitando a mesma válvula de escape, surgiu o grupo Br'oZ, uma boyband criada na versão masculina do programa Popstars do SBT.


O Br'oZ também aproveitou parte do auge do pop brasileiro com os sucessos "Tudo o que você quiser", "Prometida" e "Vem pra minha vida", mas os álbuns do grupo, principalmente o homônimo "Br'oz" (2003) traz uma ótima experiência do que é música pop de qualidade para esta época de 2000 e tanto.

Muitos foram os artistas que puderam provar dessa onda de ser popstar. Outros em menor escala, que fizeram sucessos com praticamente uma música só como Felipe Dylon com "Musa do verão", Luka com "Tô nem aí", Kaleidoscópio - "Você me apareceu", As Meninas - "Xibom bombom", Twister - "40 graus", etc.

Quase no fim da primeira década de 2000, o pop brasileiro com semelhanças americanas acabou perdendo força no cenário nacional, fazendo com que a dupla Sandy & Junior acabasse depois de 17 anos juntos, Kelly Key e Rouge levassem suas carreiras para o âmbito infantil, KLB e Br'oZ caindo no desinteresse e Wanessa Cargo caminhando pra outros ritmos...

Alguns fatores influenciaram diretamente no declínio drástico do pop brasileiro logo após o seu auge. Um deles foi o boom da internet que proporcionou que os brasileiros tivessem conhecimento de novos artistas. Nessa época, Beyoncé levantava seu império, Avril Lavigne surgia com força total, Katy Perry provava do sucesso mundial, veio Miley Cyrus, Taylor Swift, Selena Gomez e etc. 

A globalização também permitiu que gravadoras gringas descobrissem que diversos artistas estavam utilizando músicas americanas sem direitos autorais e os que possuíam tais direitos, não conseguiram sustentá-los por muito tempo e isso foi inflamando o mercado do pop brasileiro e fazendo com que empresários diminuíssem cada vez mais seus investimentos. Recursos que passaram para artistas de real caráter popular brasileiro e fizeram se tornar grandes artistas nacionais, como Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Pitty, Banda Calypso, que de lá pra cá sustentaram-se na mídia como os maiores nomes do pop atual.

Atualmente, muitos cantores do pop brasileiro nos anos 2000 caíram no esquecimento, outros tentam carreira sem sucesso, e os que não quiseram ficar para trás, foram se adaptando às novas tendências musicais até chegar onde estamos hoje: a era do 'mixecletismo'.  Não elencarei quem foi bem e quem foi ruim por que este não é o objetivo do post, salvo a Wanessa que merece total respeito por transgredir durante todo esse tempo com o mesmo foco. Ela é uma popstar!


Atualmente o pop tem uma gama de artistas com produtos muito mais profissionais que antigamente. Todos tem oportunidade de já se lançar grande, ou com a ajuda da internet, fazer algo pequeno e se tornar um sucesso nacional, deixando tudo "tranquilo e favorável". Logo, não dá pra comparar ou dizer que uma época é melhor que outra por que são tempos e realidades totalmente diferentes.

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